quinta-feira, setembro 28, 2006

Passado presente

Se alguma vez me enganei tanto no carácter de alguém, essa vez foi contigo. Isto apesar de sempre ter tido tudo para acertar. Isto apesar de muitas pessoas sempre me terem mostrado que estava errado. Contigo sempre achei que era diferente. Que tu eras diferente. E acabaste por sê-lo...
Eras aquela a quem se pode chamar "melhor amiga". Sentia-o quase cegamente. Pensava vê-lo nos teus olhos quando falávamos, nas tuas palavras quando me completavas ou dizíamos o mesmo em simultâneo, no teu sorriso (supostamente) sincero, nos teus braços quando me cumprimentavas com um abraço.
Gostava muito de ti. Como não é possível gostar mais de um amigo. E um dos meus erros foi perceber isso tarde, foi procurar alguém para te substituir. Mas na vida, em qualquer situação, as pessoas não se podem trocar nos papéis que representam na vida de cada um. Se calhar por ter percebido isto tarde, magoei pessoas que conheci depois, só porque as queria iguais a ti. Como te conheci. Felizmente hoje já não é assim...
Quero acreditar que tudo o que passámos durante mais de dois anos foi verdadeiro. Que rias com vontade. Que desabafavas porque tinhas necessidade. Que choraste naquele dia porque ficaste triste. Não quero pôr isso em causa. Preciso de não pôr isso em causa.
No entanto, parece que te fui descobrindo (ou desmascarando?)... Não imaginas a desilusão que sofri quando percebi que os teus olhos verdes me escondiam mais do que aquilo que apenas reflectiam. Como pudeste dar lições de moral se eras tu que traías, ainda por cima várias vezes, as pessoas que gostavam de ti? Como pudeste abusar do teu poder e ficar com dinheiro destinado a outros que mais precisavam dele? E, acima de tudo, como pudeste ter a ousadia de negar tudo isto, principalmente sabendo que todos sabiam? Como é que alguém, com quem tanto aprendi, era afinal assim? Ainda hoje não sei se o que mais me chateia é o facto de afinal seres quem eu não pensava que eras ou se será o facto de eu não o ter percebido mais cedo. Mas a partir daí tomei noção que tinha de te dizer adeus... Mesmo que isso me custasse tanto como me custou. Mesmo que tivesse que chorar o que chorei. Não me arrependo. Tenho muita pena por ter tido que ser assim, mas não me arrependo. O que fizeste obrigou-me a isto. A minha maneira de ser obrigou-me a isto. Sei que te perdi. Não sei se perdeste alguma coisa. Mas sei que foi melhor para os dois.

... E sabes qual é a maior ironia? É que apesar de tudo o que se passou e de saber que jamais serei capaz de sequer te considerar uma conhecida, continuo a gostar de ti como sempre gostei.

domingo, setembro 17, 2006

A única verdade

Everybody lies...

Dr. Gregory House

terça-feira, setembro 12, 2006

Piano

Se há coisa que às vezes gosto e preciso é de me sentar ao teu colo. Ver-te abrir os lábios e mostrar esse teu sorriso enorme, certinho e brilhante. Sinto-me bem quando me sinto um contigo, quando as minhas mãos te agarram.
Sei que me conheces perfeitamente. Sei-o sem dúvidas. Na agressividade ou na suavidade com que falas, no tom mais ou menos alegre da tua voz. Tenho é pena de não te conhecer tão bem... Não me sobra tempo para poder descobrir os recantos de todos os teus cantos, as frases que poderias dizer se eu me esforçasse por isso, o aconchego ainda maior que me darias na solidão...
Nunca te vou perder. Porque não quero. Porque preciso de ti. Porque sei que, em todos os momentos em que estivermos juntos e depois eu te largar, vou estar muito mais leve. Muito melhor.