sexta-feira, junho 22, 2007

Huguinho

Lembras-te? Lembras-te de articulares esta palavra? Todas estas 8 letras? Lembras-te ou esqueceste-te como todas as coisas que só não aconteceram para ti? Duvido seriamente que ainda cultives estas memórias. Eu faço-o. O meu inconsciente obriga-me. Oiço o som tão claramente todas as vezes. Sinto-o. Arrepia-me. Assusta-me. Ainda me ardem e escaldam as mãos de ter tocado na carne que as proferiu. Tenho-as sem pele, feridas de morte. Contraídas. Desfeitas.
Não tinhas o direito. Não tinhas o direito de me amputar assim. De dizer o meu nome como o dizias, de forma sensualmente mortal... De fazer toda as asneiras que fizeste! Eu poderia ter todo o tempo do mundo para me contares o que quisesses. Para justificares que 2+2 são 3. Mas não são! Nunca serão. Só sem regras, escrúpulos ou princípios.
Diz-me histórias, glórias, troféus... nojentos. É só isso que flui hoje e sempre de ti. Prémios das desgraças dos outros, das vergonhas que impuseste aos outros. Conquistas levianas, egoístas e egocêntricas. Mas não precisas falar mais (também sempre foste mais de acções impulsivas). Eu sei tudo o que dirias. Aquilo que sempre disseste. Mentiras e palavras doces. Cortinas para tapar quem queres. Como eu.
E por favor não chovas. Não molhes inutilmente ninguém. Não corroas mais pessoas com esse sumo ácido, verde, falso, traidor. Mesmo que sejas uma mulher da vida... de não sei quem. Ninguém merece um avo que seja vindo daquilo que és.
Sabes... só se é rei por um dia. Tu já foste rainha ou o que quer que tenhas sentido que foste. Subiste muito alto. E bem depressa. Agora... vais cair. Não digas que já tropeçaste, porque ainda vais mais fundo. Não. Mais ainda. Mais que isso. E não imaginas o prazer que eu vou ter de não te estender a mão. O prazer que eu vou ter de passar por ti. Por cima de ti.

Até... sempre.

sábado, junho 16, 2007

Calçada

Como eu digo e acredito, tudo acontece por uma determinada razão. As pessoas existem por uma determinada razão. Se calhar é só disto que tenho que me mentalizar mais. Que tudo o que se passa são pedras de uma imensa calçada portuguesa que eu tenho que construir. Uma imensa praça que eu tenho que calcetar com desenhos imperceptíveis no momento em que corto as pedras e as tenho na mão. Desenhos que só vou perceber quando conseguir acabar este chão e tiver a coragem de subir bem alto para os ver lá de cima. Bem do cimo de algo que quero acreditar que é o sítio. Aquele sítio onde, de repente, por magia, tudo fará sentido.

terça-feira, junho 12, 2007

Perspectiva

Se é quando as pessoas não estão que nós sentimos a falta que elas fazem, também é verdade que é quando as pessoas não estão que nós sentimos a falta que elas não fazem.