segunda-feira, dezembro 26, 2005

O meu Natal...

Perguntaram-me se eu iria escrever sobre o Natal. Eu disse que não. Pelo menos não sobre o Natal com presépio, pinheiro com prendinhas por baixo, azevias, bolo-rei. Esse Natal é apenas uma formalidade para mim. Nunca teve um significado especial como tem para outras pessoas. E provavelmente nunca irá ter. E cada vez mais tenho a certeza disso.
O meu natal é noutra altura. Melhor: noutras alturas. Não, não vou utilizar o "Natal é quando o Homem quiser". Prefiro reformulá-la. Natal é sempre que alguém nos queira. Como amigos ou algo mais.
Mesmo celebrando o Natal a 25 de Dezembro, há muitas pessoas que não conhecem o "meu" Natal. Infelizmente. Eu posso dizer que sou uma pessoa com sorte pois para mim é Natal todos os dias. Felizmente.

quinta-feira, dezembro 22, 2005

Realista

Todos os que me conhecem dizem frequentemente que sou pessimista. Fatalista. Exagerado. Na verdade eu dou-lhe outro nome: realista.
Uma pessoa pessimista é aquela que vê o mal em tudo. Nada está certo. Tudo está errado. Nada corre bem. É uma pessoa negativa, que só vê negro em todo o lado. Talvez por isso possam dizer que sou pessimista, porque, em grande parte, também eu vejo assim as coisas. No entanto o pessimista difere do realista num determinado ponto: quase nunca tem razão.
O realista é aquele que, simplesmente, vê a realidade. Quer seja boa ou má. Mas o facto de a realidade ser maioritariamente má faz com que estes dois tipos de encarar a vida se toquem largamente.
Eu sou realista. Eu não sou pessimista. Caramba, eu também sei ver as (poucas) coisas boas que existem! E acreditem que lhes sei dar o devido valor, embora raramente o mostre. O problema é que, para quem conseguir abrir os olhos, o que nos cerca é quase tudo um cenário de uma encenação. Onde todos são actores que não representam o seu verdadeiro papel. Onde cada gesto está escrito no guião para agradar ao espectador. Resultado: quase nada é verdadeiro. E por mais que se tente, é muito difícil esconder mentiras, ocultar falsas verdades. É só isso que eu faço. Olhar para trás da cortina, das máscaras, dos papéis que cada um representa. E tentar ver o que está lá... Muitas vezes não gosto do que vejo. Quase sempre me arrepio do que não queria ou devia saber. E pior: tenho quase sempre razão. Parece que adivinho tudo o que de mau vai acontecer. Porque, afinal de contas, tudo tem lógica. E percebendo a lógica, facilmente se chega lá.
É bom ser assim? Talvez. Uma pessoa realista não é necessariamente infeliz. Nunca apanha desilusões e pode frequentemente ser positivamente surpreendida. Sabe quase sempre com o que conta. O que não é bom é ter sempre razão. Principalmente quando se vê o pior que há em cada um de nós (sim, porque a nossa natureza natural é ser mau, muito mau).
Não sabem o quanto eu gostava de estar errado em certas situações e em relação a algumas pessoas. De ser burro. De ser ignorante. De me deixar iludir por toda esta arte que é a vida. De ser mais inocente. Como uma criança. Apesar de não me queixar, acho que seria muito mais feliz. Porque o saber magoa.

Porque sou uma pessoa de palavra e as apostas são para se pagar...

terça-feira, dezembro 20, 2005

Detesto

A verdade é que eu já devia estar habituado. A verdade é que nunca nos habituamos a estas coisas. A verdade é que, por mais que eu não o queira, será sempre assim.
Se há coisa que eu detesto são pessoas hipócritas. Falsas. Mesquinhas. Desonestas. Que usam 2 pesos e 2 medidas. Conforme lhes convém. Que lambem os cascos a uns e dão coices noutros. Porque é que as pessoas usam máscaras? Porque é que dizem "sim" à nossa frente e gritam "não" nas nossas costas? Porque dizem que somos A quando sabem que estão a mentir, porque seremos sempre B? Porque dizem que seremos sempre os primeiros, quando tal só acontece quando não há mais ninguém? Porquê?
Não digam o que não conseguem fazer. Não agarrem aquilo que não querem. Não iludam quem se gasta com vocês. Não sejam assim. É tão mais fácil não o ser. É tão menos difícil ser natural. Ser nós próprios. E não como nos convém.
Detesto pessoas assim. E, sinceramente, estou farto delas. Estou farto delas. Farto de estarem em todo o lado. A toda a minha volta. Detesto-vos. Cansam-me. Só quero desistir de vocês. Mas não consigo...

De manhã...

Acordo bem devagarinho,
Com a luz a passar pela janela.
Ainda lento e preguiçoso,
Abro os olhos e levanto-me.

Vou andando com cuidado...
Abro a porta aos poucos
E entro dentro do quarto.
Só o silêncio se ouve...

Olho para a cama ao lado
E vejo-te deitada a dormir.
Enrolada nos lençóis, admiro-te...
És tão linda!...

Estico o braço na tua direcção
Para te tocar na cara.
Decido não o fazer.
E fico a olhar-te sentado no chão.

De repente viajo para trás,
Revejo tudo o que passámos.
As muitas alegrias que tivemos.
Os momentos únicos juntos...

Percebo o que realmente és,
Tudo o que significas para mim.
Ver-te dá-me confiança e força.
Sou tão feliz assim!

Olho para o relógio.
Já está na hora...
Sento-me mesmo ao teu lado
E dou-te um beijo na testa.

Parece tudo um sonho...
Agora acordas tu e olhas-me.
Sei que sou o homem mais feliz do mundo:
Olhaste-me e sorriste.

segunda-feira, dezembro 12, 2005

Music

Se algum dia acharem que não têm amigos, lembrem-se que a música é uma companhia excelente... Partilha todas as vossas emoções e sentimentos, segue ao ritmo que vocês precisam, acompanha-vos no silêncio (sim, porque silêncio também é música), ..., nunca vos falha.

"Music is your only friend, until the end" - by The Lizard King a.k.a. Jim Morrison

Amigo

Todas as pessoas têm amigos. Pelo menos oiço muitas dizerem que os têm: "Saí com os meus amigos", "Fui ao café, cinema, restaurante com os meus amigos", ... Tantos amigos que existem!!! Estarão as pessoas a dizer realmente amigos, ou estarão a generalizar e a chamar amigos aos conhecidos e colegas?
Um conhecido é aquele a quem dizemos "Bom-dia". Só. Com um colega faz-se algo mais. Convive-se numa determinada actividade. Galhofa-se quando é preciso. Só.
Um amigo não é assim. É também assim. Mas não só assim. Com um amigo partilha-se muito. Quase tudo às vezes. É ele que diz aquilo que é preciso ouvir e não aquilo que queremos ouvir. É aquele que se conta a nós e que conta connosco. É aquele que está lá, mesmo não estando. Mas acima de tudo, é aquele que sabe estar calado quando sabe que não deve dizer nada. É aquele que não diz nada e em vez disso nos põe a mão no ombro e diz em silêncio que percebe. Que está ali. Sempre.
Será que se todas as pessoas pensassem assim diriam o mesmo? Eu digo que saio com os meus colegas, que fui jantar com os colegas e alguns conhecidos. Os amigos nunca são muitos. Nem podem ser. Os amigos são 2, 3, ... 5 no máximo.
Eu tenho amigos. Tenho? Quero acreditar que sim. Pelo menos um sei que sim. E preciso muito, pelo menos desse. Esse nunca falha. E mesmo que falhasse... não fazia mal. É ele e ele também falha.
Os outros não sei. O mundo é quase sempre uma ilusão. Eu sei que quase sempre é uma mentira. Mas quem não gosta de viver ilusões? Elas são tão boas... O pior é que quase nunca estão certas. E estes amigos? Serão reais? Chamem-me pessimista se quiserem. Prefiro pensar que os meus outros amigos não passam de ilusões. Que se vão um dia esfumar. Ao menos assim não me desiludo. Estou errado? Se estou, digam-mo... Melhor. Digam-mo mas, principalmente, mostrem-me...

quarta-feira, dezembro 07, 2005

Estrela

Há pessoas que nasceram para viver. Outras nasceram para brilhar. Como estrelas. Como tu...
Tu apareceste no meu caminho quase por acaso. Tropeçámos um no outro. Mas não é assim que as coisas boas acontecem? Quando menos se espera? E foi quando menos esperei que consegui perceber como realmente és. Os outros são cegos. Só podem. Olham, olham... mas não vêem nada. Está bem, eu sei... Estou apaixonado. Toda a gente o sabe. Mas o que vejo em ti não vem daí. Admiro-te muito antes de te amar. Orgulho-me de muitas coisas que fizeste, antes de o meu coração ser teu. Passaste por tanto que tens que ser enorme por isso. És especial. És especial por seres simplesmente assim. Por seres tão tu. Foste capaz de me dar e de ver em mim o que, pelos vistos, mais ninguém quer ou consegue ver. Foste capaz de estar comigo quando eu mais precisei. E isso nunca se esquece. Principalmente vindo de ti. Uma pessoa que nasceu para brilhar. Uma pessoa que é uma estrela. A minha estrela.

terça-feira, dezembro 06, 2005

Obrigado

Eu sei que pode parecer estranho, mas gostava de começar, logo no primeiro post, por falar sobre vocês, de todas aquelas pessoas que, durante a minha vida, me tentaram de alguma maneira mandar a baixo. Mas é fácil de perceber, pelo menos para mim...
Ao longo do tempo que passei nos diversos lugares em que estive, sempre tive pessoas que me odiavam. Como qualquer um. E tinha pessoas que gostavam de mim. Correcção. E tinha pessoas que eu pensava que gostavam de mim (às vezes é gritante a cegueira que se apodera de nós...). Sinceramente nunca soube porquê tamanha "admiração" pela minha pessoa. O mais natural seria pensar que o problema é meu, visto tanta gente partilhar da mesma opinião. Mas... prefiro pensar o contrário. Prefiro pensar que a falha está mesmo nos outros, em vocês. Se hoje tenho quem gosta de mim, porque será que tenho de ser eu a estar mal? São os outros... e pronto. O que é certo é que, durante muitas fases, me senti mal. Mal como vocês queriam. Como vocês adoravam. E ainda amam. Mas, agora que olho de longe, percebo que felizmente aquilo aconteceu...
A sério... Podiam e podem dizer tudo o que quiserem sobre mim. Têm esse direito. Dever até, talvez. Mas foi com vocês e com tudo o que me fizeram e desejaram, que me tornei no que sou. E, apesar dos imensos defeitos que tenho (e sou o primeiro a reconhecê-los), acho que sou uma boa pessoa. E mais! Hoje atingi objectivos com que vocês tanto sonharam. Mas só sonharam. Só os tocaram ao de leve. Cortei metas que para vocês ficaram a léguas. Passei por histórias que vocês, agora, só conseguem ler nos livros ou ouvir de outros. Outros como eu. Outros não como vocês. E cheguei aqui só por ser eu. Coisa que nunca conseguirão fazer. Vocês são algo que só existe para... Para quê? Para mim, eu sei para quê. Para me tornarem maior. Para vos menosprezar a vocês próprios. Para tornar aqueles que à partida não o parecem ser, simplesmente perfeitos e melhores que vocês.
É por isso que hoje, com muito orgulho meu e, provavelmente, muita raiva vossa, vos digo que sou o que sou também por vossa causa. Pelas mentiras e armadilhas que me montaram. E que eu superei. Admitam. Eu sou melhor que vocês. Vocês são muito piores do que eu. É por isso que hoje vos digo... Obrigado.

Começo hoje...

Começo hoje algo que tenciono, desta vez, levar a sério. Quero escrever a sério. Porquê? Porque gosto. Porque às vezes desanuvia. Porque deve haver quem goste de ler. Porque... sim. Mesmo que não leiam, eu escrevo. Escrevo sobre o Atlas que há em mim. Que há em todos. Um Atlas que carrega coisas boas. Coisas más. Mas muitas coisas boas. Pelo menos eu assim o acho. Todos nós aprendemos algo todos os dias. Eu aprendo. A bem ou a mal. Mas aprendo. E cresço.