Não há nada mais puro que a mera junção da água com o sal. A forma como ambas se complementam e os motivos que levam à sua união são simplesmente formidáveis. É delicioso vê-las caminhar lado a lado, como um só. Como um que são na realidade. Admirar como o conjunto formado desliza de modo suave por cima da imensa esfera que vê e vive tudo neste mundo. Como turva a bola que muitas vezes devia e merecia ser opaca. Mas a água salgada faz questão de a rasgar de um lado ao outro. Até à beira do abismo.
Aí hesita. Protege-se. Resguarda-se. Ganha força. E depois... cai. Rola como seixos ao sabor das vagas de mar. Resvala por fendas, proeminências, desejos, promessas. Fogo. Apaga-o ou aviva-o. Dá-lhe expressão máxima.
E depois o fim. Um mergulho no infinito. O despedaçar vil numa qualquer superfície. O separar da união perfeita. Ou então... Ou então o aninhar numa mão quente.
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