segunda-feira, maio 28, 2007

Cem medo

Gosto de escrever porque é com palavras que eu consigo transpirar. Cem medo do que possa dizer. Cem medo de quem me possa estar a referir. Sei que posso e devo dizer aquilo que penso porque senão corro o risco de cair no erro de não ser coerente comigo próprio. Ocupo o meu tempo com esta ocupação porque me sabe bem, me preenche os sentidos e me ateia a alma. Sabe-me bem dizer mal de quem eu quiser, cem medo. De elogiar tudo o que o merece, cem medo. Aqui, neste pedaço da world wide web, consigo ser eu próprio. Cem hesitações. Cem receios. Cem medos. E é só isso que espero e quero continuar a fazer.

Hoje chego ao post número sem. E hoje também acabo mais um ciclo. Porquê? Porque, desde a última paragem, muitas coisas aconteceram. Comecei muitas coisas que consegui agora terminar, resolver, concluir: atrevi-me a voltar ao passado e a enfrentá-lo de novo para ter a certeza que escolhera bem o presente; tentei perceber o presente nas suas mais diversas vertentes para saber qual seria o meu futuro; ponderei e escolhi o meu futuro mais próximo, porque sei onde quero chegar e como lá quero chegar. Hoje acabo mais um ciclo porque sinto que os dedos pedem outra escrita. Não uma escrita "vomitada" ou demasiado sentimental como fora até agora. Sinto-os frios e práticos. Directos. Aguçados. Quero-lhes dar tempo para escolherem. Até lá vou andando por aí. Não sei quando volto. Pode ser amanhã ou muito depois. Não faço ideia. Mas sei que volto.

1 comentário:

mag disse...

as vezes é preciso. é preciso ir sem medo. é preciso dizer adeus a algo que ja nao soa verdade. que ja nao sabe a puro.
a nota que nao afina.. o ouvido que nao cede. vomitar com furia. perder a calma. crivar as unhas e sangrar com classe. com verdade. com a alma tao nua e tao escondida.
sem medo. cem. cer nada. ate voltar
*m