Sossego. Percebo-te sagazmente em torno do solo que é meu. Sinto-te sobrevoar. Aproximas-te somente só. Roças sorrateira os meus cabelos. Sopras-me suavemente algo ao ouvido. Algo que sabes e que nada me diz. Suspendes a respiração... Um silêncio. Sagrado? Supostamente! Sussurras um novo zumbido de novo. Não entendo. São símbolos de um abecedário desconhecido. Não meu. Teu. Uns silvos bruscos. Horrendo. Horrível. Horripilante. Grotescamente rude. Gritos fortes que me rasgam qualquer esboço de reacção. Reduzem-me de forma macabra. A nada. A um resquício de trevas negras e tristes, tristemente ridicularizadas. Dás-me raiva. Raiva ruborizada por tudo o que me recordas e me relembras. "Rua!", apetece-me responder-te. Obrigar-te a correr aos tropeções. Rosnar-te algo ofensivo e mesquinho. Romper a direito o teu corpo e o teu ser quando ousam atravessar-se à minha frente e reter-me retirado do meu rumo. Redestruir o que não é para ser erguido. Erros.
Esbatido. Esgotado. Ansiando pelo sono solene. Desejoso de não sobreviver à superficialidade. Pessoas, situações. Segredos salvos com objectivo? Que objectivo?
Sabes... Nunca chegaste a ser o que deverias ter sido para ousar seres o que jamais serás. Regozijas-te demasiado por aquilo que apresentas e representas. Simples somas de zeros.
1 comentário:
Sem dúvida, um grande conjunto de aliterações!
Mas, para além disso, o último parágrafo traduz o perfil de um grande número de pessoas, "muitas somas de zeros"...
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