sexta-feira, junho 27, 2008

Tempos

O tempo é humano. E é humano porque é totalmente feito por humanos. Mas também porque erra tanta vez. Erra para quem não o fez. Para quem não é dono daquele tempo específico. Imensos aqueles que não me pertencem. Que, geralmente, correm lenta e vagarosamente menos rápidos quando comparados com o meu tempo. Aquele que eu começo e conheço. Que se rege pelos meus princípios. E pelos de muitos outros que não os que se julgam Terra num sistema geocêntrico que não existe.


Mas mesmo os tempos intermináveis têm prazos de validade. Como tudo. O tempo estraga-se com o passar do tempo. Auto-consome-se. Implode sem fazer barulho e limpando tudo o que tem em volta. Como a fusão de um núcleo atómico. Um tempo cheio de mofo e verdete não é tempo que se apresente. A ninguém. Por respeito. Por consideração. Por o que quer que seja. Se é isso que me querem dar, então é isso mesmo que eu não quero. Prefiro abstinência temporal a tempos mal gastos.


Não quero esses tempos. Não gosto desses tempos.

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