Ei-los. Os marialvas desta vida, cuja vida é a ostentação do que têm e não têm. Porque a grandiosidade do ser se mede pelo que aufere e adquire e não pelo que faz ou é. Porque a vida é aquilo que se mostra e se quer que os outros vejam, como feitos grandiosos assentes em pedaços de papel e de metal que ofuscam a total leviandade e ausência de polpa sob uma casca demasiado decorada a preceito.
Para que importam os valores? Os princípios? As relações? Os outros? Desculpam-se com pressupostos e ideias pré-fabricadas e erradas de base para que consigam impingir uma cegueira fosca a quem desejavam não conhecer. Sabem que falham, julgando que o fazem de forma subtil, matreira e esperta, esperando assim atalhar caminho a direito por rotas que não existem e que tentam fazer brotar à força. Simplesmente porque não interessa dar sem se receber. Não interessa sequer dar mesmo que se receba. Percursos de sentido único que capitalizam tudo o que é valorizável, desprezando tudo aquilo que tem mais valor que isso. Porque (ainda) nem tudo é quantificável para que possa ser comparado e sobrevalorizado, subjugando-se o que sobra e se afunda sob números que nunca deixarão de ser isso mesmo. Algarismos. Algarismos que, tirados do contexto que tentam construir, mostram somente a nua realidade e a crua tristeza do vazio que comportam essas acções.
2 comentários:
Mas, são apenas números!...
Como os representarem em vida, também os representarão na morte. Se não preencherem nada na vida a não ser esses algarismos, no dia da sua morte, sobre a terra revolvida de fresco não pairará nada mais a não ser palavras vãs e um número... Nessa altura tudo se resumirá a um número...
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