Logo que nasci, tive aquele que foi até hoje o maior momento de sorte da minha vida. E é provável que a vida mo tenha dado em troca de algo. Algo que leva a que as pessoas raramente consigam manter uma conversa comigo. Mas só "cara à cara"...
Porque será que as pessoas não me confiam conversas quando estou frente a elas, numa situação que é sempre mais natural? Deve ser pela minha cara que é feia, pelo meu nariz que é enorme, pela minha voz que não é agradável, pela minha maneira de ser que não é nada lamecha e que dispensa o cumprimento dos outros com dois beijos ou um aperto de mão, pela minha natureza que é demasiado bruta. Se calhar não consigo falar. Se calhar não tem nada que ver com isto. Digam-me vocês porquê...
Porque será que as pessoas só me confiam conversas quando estamos escondidos atrás de um computador? Deve ser pela minha escrita que é melhor que o meu discurso, pela impessoalidade que toda a situação gera, pelas outras pessoas mais interessantes que existem quando se está no meio de um grupo. Se calhar só aqui atrás desta máquina é que sou útil. Se calhar não tem nada que ver com isto. Digam-me vocês porquê...
Uma coisa sei: sei que não sei porque isto acontece. Se calhar não é suposto saber... Mas, também, o que é que isso interessa? Como já muitas vezes ouvi, a ignorância é um dos maiores bens que se pode ter... Ignorante ou não, estarei sempre aqui a desempenhar o papel que a sociedade moderna de hoje me atribuiu: ser, simplesmente, o amigo da internet. O amigo que serve quando o "toque pessoal" não funciona.
1 comentário:
sei que fazes uma pequenina ideia de quantas pessoas ja conheci "via internet". nao foram muitas as que conheci verdadeiramente, mas algumas sao meus amigos hoje. é verdade que muitas coisas acontecem porque existe a internet, de bom e de mau. mais de mau, pensando bem. o facto de nao olhares nos olhos da pessoa com quem falas.. torna tudo mais simples, mais cruel. ha sempre a dualidade no que se diz, porque nao ha entoaçao. a emoçao perde-se muitas vezes. o momento é mais pobre.
ha que ter coragem e sorrir, levantar a sobrancelha, ficar espantado como um "smiley", para tornar tudo menos virtual.
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