Este é o meu Atlas.O meu Atlas Deus que carrega o meu mundo. O meu Atlas que sofre por sonhos. O meu Atlas que, mesmo sofrendo por vezes, é feliz por sonhar.
quinta-feira, setembro 25, 2008
Definições V
Grupo ímpar – aglomerado de pessoas onde uma delas está, invariavelmente, sempre a mais.
segunda-feira, setembro 22, 2008
Elástico
Às vezes sinto-me sozinho. Quase que como abandonado. Se calhar mesmo abandonado. Por alguns, por muitos, por todos. Por ninguém. E quanto mais sozinho me sinto, quando estou no escuro e no silêncio, mais sons e mais luzes vislumbro. Sinais que mais sozinho me deixam. Pistas que me atiram para fora da rota que eu juro que via. Que estava lá desenhada tão nítida. Quente como as vozes que eu juro que ouvia. Que estavam lá faladas tão nítidas.
Não entendo porque me fazem viver na ponta do elástico. Ora me aproximam para aconchegar o desaconchego. Ora me repelem desdenhosamente como quem já não quer o que quis. Incomoda-me este movimento de yo-yo, quando jogam com a minha presença e as minhas acções sem autorização ou permissão de qualquer género. Sem procurações. Sobretudo quando o fio que me rola ao prazer de outrem está atado nas minhas costas. À revelia e cobardia. Onde os meus olhos não atingem o mínimo dos gestos que me subjugam e onde os meus gestos não atingem nenhum dos olhos que me fitam a nuca. À espera de me concederem uma machadada suave. De modo a que eu ressalte e não esteja muito tempo por perto. De modo a que eu rebata e fuja celeremente para longe.
Se calhar não existo. Devo ser invenção minha. Uma ilusão do eu para mim. Um holograma que só toma forma numa realidade que só eu conheço e que também não deve passar de fantasia. Daí talvez não existir para outros. Outros que vivem na realidade de serem reais entre eles num mundo demasiado real para mim. Um sonho ou um pesadelo. Uma memória. Algo que não se compadece com vida. Nem com a morte. Algo que fica eternamente naquele limbo a vegetar eternamente numa agonia indescritível. Num pesar e num penar demasiado longo. Incompreensível. Dispensável. Ignorável.
Não entendo porque me fazem viver na ponta do elástico. Ora me aproximam para aconchegar o desaconchego. Ora me repelem desdenhosamente como quem já não quer o que quis. Incomoda-me este movimento de yo-yo, quando jogam com a minha presença e as minhas acções sem autorização ou permissão de qualquer género. Sem procurações. Sobretudo quando o fio que me rola ao prazer de outrem está atado nas minhas costas. À revelia e cobardia. Onde os meus olhos não atingem o mínimo dos gestos que me subjugam e onde os meus gestos não atingem nenhum dos olhos que me fitam a nuca. À espera de me concederem uma machadada suave. De modo a que eu ressalte e não esteja muito tempo por perto. De modo a que eu rebata e fuja celeremente para longe.
Se calhar não existo. Devo ser invenção minha. Uma ilusão do eu para mim. Um holograma que só toma forma numa realidade que só eu conheço e que também não deve passar de fantasia. Daí talvez não existir para outros. Outros que vivem na realidade de serem reais entre eles num mundo demasiado real para mim. Um sonho ou um pesadelo. Uma memória. Algo que não se compadece com vida. Nem com a morte. Algo que fica eternamente naquele limbo a vegetar eternamente numa agonia indescritível. Num pesar e num penar demasiado longo. Incompreensível. Dispensável. Ignorável.
terça-feira, setembro 16, 2008
Felicidade
Acho que seria capaz de ser feliz sozinho. De viver o meu caminho sem companhia. Só comigo. A fazer aquilo que só eu gosto. Sem ter que justificar o que quer que seja, a quem quer que seja. Ser eu para mim próprio. Satisfazer tudo e somente o que eu quero.
Ah... como eu seria feliz! Tanto! Muito mesmo! A vontade com que às vezes anseio por esta solidão. Este deserto que me alimenta a alma vazia e o corpo sovado. Que imensa a raiva de não conseguir evaporar as amarras que teimam em me acorrentar, atar e prender a algo que ainda não atingi. A algo que talvez não tenha capacidade de atingir.
Mas vou tentar. Vou tentar dar-me uma oportunidade de viver com outros. Contigo e com eles. Só preciso de ter força para não desistir. Para não mudar de ideias. Só tenho que ser capaz. E vou sê-lo. Não me posso permitir o luxo de abandonar as janelas que quero abrir para mim. Isso não sou eu. Não sou assim. A minha felicidade talvez venha a ser mais difícil. Mas talvez venha a ser maior. E mais saborosa.
Ah... como eu seria feliz! Tanto! Muito mesmo! A vontade com que às vezes anseio por esta solidão. Este deserto que me alimenta a alma vazia e o corpo sovado. Que imensa a raiva de não conseguir evaporar as amarras que teimam em me acorrentar, atar e prender a algo que ainda não atingi. A algo que talvez não tenha capacidade de atingir.
Mas vou tentar. Vou tentar dar-me uma oportunidade de viver com outros. Contigo e com eles. Só preciso de ter força para não desistir. Para não mudar de ideias. Só tenho que ser capaz. E vou sê-lo. Não me posso permitir o luxo de abandonar as janelas que quero abrir para mim. Isso não sou eu. Não sou assim. A minha felicidade talvez venha a ser mais difícil. Mas talvez venha a ser maior. E mais saborosa.
Fluido
Ontem voltaste a chorar... E isso foi algo que não me surpreendeu de todo. Especialmente por o teres feito num dia como este. Neste dia. É assim que tens agido há já largos anos. Quer estejas alegre ou destroçada. Radiante ou melancólica. Para ti isso já não interessa. Simplesmente choras. Porque sim. Mas eu conheço bem essas lágrimas. Quem mais, para além de mim, o poderia fazer? Só mesmo alguém que todos os dias anseia fervorosamente por esse teu fluido. Por que seques definitivamente.
domingo, setembro 07, 2008
Empate
Um empate a duas bolas no final dos noventa minutos. Será que alguém terá a coragem de resolver este jogo no prolongamento, de forma voluntária? Ou será preciso recorrer à lotaria das grandes penalidades?
sexta-feira, setembro 05, 2008
Desassossego
Há livros que só não são auto-biográficos porque houve alguém com dom e capacidade para o escrever em vez de nós. Alguém que escreveu sobre as nossas pessoas a pensar em si mesmo. Alguém que escreveu sobre a sua pessoa e que nos retratou sem nos conhecer.
Ainda bem que existem pessoas com talento na ponta do aparo.
Ainda bem que existem pessoas com talento na ponta do aparo.
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