sábado, agosto 16, 2008

Morto

Faz tempo que morreste. Mas, mesmo assim, guardo-te passados tantos meses. Estás escondido e protegido num qualquer canto da minha existência e lá descansas tal qual como quando faleceste. Estás igual. Não apodreces. Como que agarrado a um fio de esperança que eu já não vislumbro. À espera que talvez a ciência invente uma fórmula que te permita trazer de novo à vida.

Tenho dúvidas se esperarás tanto tempo por isso. Mesmo que esperes e voltes a viver, não sei até que ponto o teu caminho voltará a ser o do passado. O mundo lá fora não pára enquanto estamos além da realidade e demasiadas coisas acontecem enquanto nada podemos fazer. Terás pernas para voltar a andar? Terás olhos para voltar a ver? Terás mãos para voltar a agarrar? Terás coração para voltar a sentir? Por vezes tenho a certeza que não. Outras tenho vontade que sim. No meio disto tudo, sinceramente, já não sei...

Sem comentários: