Numa pequena praia deserta
Quatro pés passeiam lado a lado...
O mar, atrás deles como ladrão,
Estica-se, enrola-se, desliza,
Apagando as suaves pegadas
Que nós os dois deixamos atrás.
O sol, lá do alto, do longe,
Bate nas rochas, no oceano...
Nos nossos corpos também.
Do horizonte, como que com medo,
Uma brisa fresca e alegre
Mexe nos teus cabelos, como eu gosto.
Pego numa pedra, preta e lisa.
Atiro-a sobre a água, com força.
Salta uma, duas, três vezes...
Rimos juntos e tu dás-me um beijo.
Uma gaivota, só, voa sobre nós,
Indo até ao pôr-do-sol que já vê.
Sentamo-nos, bem agarrados.
Olhamos para o horizonte, lá ao fundo,
Entre o céu já com sono
E o mar que quer dormir.
O sol, uma bola de fogo laranja,
Desce e apaga-se na fria água abaixo.
Lá em cima, no azul estrelado,
Há agora uma esfera branca,
Uma lua cheia tão perfeita...
Um barco navega ao largo,
Numa imensidão teimosamente suave,
Tão teimosamente linda.
E o luar desce devagar, com calma,
Escorrendo no brilhante espelho salgado,
Vindo sorrateiramente até nós dois,
Tocar nos teus olhos verdes fechados
Que, cansados, adormeceram no meu ombro,
Esperando pelo novo amanhecer de amanhã.
Sem comentários:
Enviar um comentário