A vida é feita de competições constantes. Não se vai a lado nenhum se não se for capaz de vencer umas quantas. De preferência as mais certas. Mas há competições que não me interessam minimamente...
Quando, sossegado no meu canto, vejo alguém falar-me já sei o que lá vem. Curioso... É época de exames. Pessoas que não conheço de lado nenhum (a memória visual não conta para o efeito) tratam-me como se me conhecessem há milénios. "Ah e tal, não percebo isto", "Coisa e meia, é esta a resposta?"... Está bem. Sou inteligente. E depois? Não tenho culpa! Sinceramente, muitas vezes gostava de não o ser. Gostava de não ter nenhuma mais-valia. Saberia assim que os que me cercam não o fazem por oportunismo...
Mas pior dos que os amigos de exame, são aqueles que batalham para serem melhores que os outros. Perguntam-me se os exames correm bem e ainda não acabei de responder já me estão a perguntar a nota. Vejo-lhes nos olhos um secreto desejo de ouvirem uma nota inferior à deles e poderem depois dizer "Tive mais que tu". Um desejo de se verem por cima. De verem os outros em baixo. De criarem uma competição de tudo. Criam um campeonato como se a vida deles disso dependesse. Mas eu com esses não compito. Porquê? Não faço parte do campeonato deles. Não que eu seja melhor que vocês ou vocês melhor que eu. Não participo nesses duelos porque não quero. Não, também não tenho medo de perder. Simplesmente o meu campeonato é comigo próprio. É a mim que eu tenho de me bater. É a mim que eu tenho de vencer, derrotar, esmagar, aniquilar, superar. Só a mim. Insistem em competir comigo? Tudo bem. Ganharam... por falta de comparência.
O que me consola? Ainda há pessoas que me perguntam "Como correu? Estás a ver? Eu sabia que te ia correr bem". E eu vejo que ficam contentes só por saber que correu bem. Porque uma pessoa é mais do que 1 ou 2 dígitos. Mais que um valor. Mais que escola. Uma pessoa, antes disso, é uma pessoa.
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