quinta-feira, dezembro 27, 2007

Decorem

Decorem isto: ter um conceito completamente diferente de música não é sinónimo (em lado algum do mundo e para qualquer pessoa com um mínimo de racionalidade) de se ter uma cultura musical diminuta ou limitada.

10 comentários:

Balthus disse...

Diria mesmo mais: nos dias que correm, ter um conceito de música completamente diferente do da maioria (incluindo os denominados "opinion-makers")é sinal de inteligência musical.

mag disse...

nao podia concordar mais com estes recados à boca pequena dos suburbios.. lol. a musica é de tal maneira universal e vasta que apenas um grupo (a maioria) sintoniza sp na mm frequencia.
as minorias hao de ter algo muito razoavel (ou visceral) para o serem *

Marco Aurélio Alves disse...

É simples, a música constitui-se basicamente de uma sucessão de sons e silêncio organizada ao longo do tempo.
(Viva a cadeira de expressão musical!)

AR disse...

discordo. Para mim é!Se calhar sou eu eu que não tenho nenhuma racionalidade. Mas para mim é. Diz-me o que ouves, e eu digo-te quem és. E daí a outra pessoa, pode ter uma cultura diminuta ou limitada. Ou até mesmo, ser diminuta ou limitada.

Casimiro disse...

Oh... Tão longe que estás da verdade! É por uma pessoa ouvir e seguir bandas de culto (que muitas delas não passam de poluição sonora, onde o vocalista é a bateria e a voz são uns berros roucos) que sabe mais (de) música que outra? É por uma pessoa ouvir algo mais ligeiro ou mesmo até brejeiro (muitas vezes com encadeamentos sonoros lógicos e coerentes que bandas famosas) que sabe menos (de) música que outra? Eu não gosto nem de umas nem de outras. Mas não é por isso que vou desancar a chamar burro a todos os que não gostam do que eu gosto.

AR disse...

Eu posso estar longe da verdade. Mas tu, não estás mais perto. E no que toca à musica, eu não procuro verdade. Não chamo burro a ninguém. Mas, acho que, os gostos musicais de cada um, dizem muito sobre essa pessoa. Pode até ser mais ou menos. Positivo ou negativo. Mas, se são de algo que eu não gosto (ou tu), não é por isso que me impede de pensar que estou mais correcto do que...
É pena, as pessoas pensarem em berros ou em baterias fortes e chamarem de "barulho". Isso, sim, é pouco inteligente. Bandas de culto, são bandas de culto. E não tem nada a ver com aquilo que os outros chamam de culto. Bandas de culto são bandas de cada um.
Tanto oiço aquilo que vocês "chamam de berros" como uma nota simples de piano. Sabes porque é que eu estou mais verdadeiro naquilo que digo? Porque eu consigo ver o prisma da beleza em diversas formas de música. Mesmo que ela não soe bem ao ouvido da maioria. Não é ser burro. Muito menos limitado. Mas há que admitir os nossos limites. Em tudo. E muito mais na música. De facto, não é uma equação simples. Mas, é uma equação que diz muito. De encadeamentos lógicos e brejeiros, estamos todos fartos. O Ano é 2008 e muita porcaria já se fez com instrumentos nas mãos.
Podem não ser burros. Podem não ter o mesmo gosto que eu. Mas também podem ter o mesmo gosto e ser burros. Há uma coisa chamada: respeito. Mas por esse respeito, não quer dizer que deixe de pensar o que penso. E não é preciso decorar nada.

Quando numa música mais violenta, se chama de "barulho" ou "berros", não sei quem é que não está aqui a respeitar o que...

Casimiro disse...

Se não chamas burro a ninguém, chamas antes "diminuta ou limitada". Isto é menos ofensivo e mais respeitoso? Acho que não. Por mais que os gostos musicais digam muito de uma pessoa (e nisso tens razão) jamais a eles consegues ir buscar o verdadeiro carácter de cada um. Jamais pelos gostos musicais podes inferir valores de cada um.

Pegando num qualquer dicionário, a dfinição de música que se encontra é algo parecido com "combinação harmoniosa de sons". Como se faz isso numa bateria? Como se faz isso com uma voz monocórdica? Por mais justificações que se arranjem, não se faz. Fazes ritmos, fazes batidas. Não fazes música. Daí que cada coisa deva ter o seu destaque. A bateria acompanha e faz falta. Jamais pode ser o centro. Tudo bem... Podem-se fazer solos de bateria. De ritmos. Não de música.

E quem diz que eu não tenho um prisma tão ou mais amplo que o teu? Não é por aí que terás mais razão... Falas com a pessoa errada no que diz respeito a fazer vénias às maiorias. Gosto muito de criar as minhas minorias.

Podes estar farto do que quiseres. E para que é que isso conta? Para nada. Eu posso detestar barulho e berros. E para que é que isso conta? Para nada. Haverá sempre de tudo e haverá sempre pessoas a gostar de tudo. E se o ano é 2008 e muita porcaria já fez com instrumentos na mão, a verdade é que nunca em outra altura da história se fez tanta porcaria como agora.

É por haver respeito que uma pessoa com uma cultura musical diferente não deve ser catalogada como musicalmente diminuta ou limitada. "Ou até mesmo, ser diminuta ou limitada."

Se, no dicionário, barulho quer dizer "estrondo" e "desordem" e berros quer dizer "gritos fortes e ásperos de pessoa"... Dizer isto de algumas músicas é desrespeito ou ofensa?

AR disse...

Eu não preciso de ir ao dicionário para definir música. É a tua opinião. Por isso, o blog é teu. E ainda bem que não estamos de acordo. Porque nem eu queria ter a tua visão deste tema. Nem tu a minha. Só acho é que não tens nada de especial para "criar" minorias. E muito menos falei em vénia alguma. Acho que andas a interpretar mal o que eu disse. Mas é a minha opinião. E o que tu dizes, é o que tu dizes. Nada mais. Só acho que te sentes "especial" por estas pequenas coisas que...mas elas não te fazem especial. Podem é fazer-te diferente. Mas isso, já é outra história.
Abraço

Casimiro disse...

Mas onde é que eu escrevi especial? E mesmo que tivesse escrito, como sabes tu que não tenho nada de especial? E quem te disse que eu me sinto especial por estas pequenas coisas? Quem te disse sequer que a ideia inicial era falar de mim? Quem te disse o que quer que seja que não está escrito?

Por "vénias às maiorias" pretendi somente dizer "ceder às maiorias" (maneiras diferentes de se dizerem as mesmas coisas). Quem é que anda a interpretar mal o que se escreve?

Histórias... Essas são quase como os chapéus. Há muitas. E não é por as haver em abundância que eu penso conhecer as pessoas e dizer se elas são especiais ou não.

Abraço.

Marco Aurélio Alves disse...

Ah! Fadista!